sub

Contos, observações e divagações sobre esse interessante mundo em que vivemos.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Tromba

Vinte e quatro horas antes do casamento, Quitéria, mulher prendada e muito recatada, que prometeu só dar depois de casar, diz ao noivo Rubão: - Meu peito é muito pequeno, uso encherto. Na verdade.... é do tamanho de um limão. Olha para baixo toda tristonha. Rubão aproveita a oportunidade e todo envergonhado comenta: - Já que falou, amor... eu também tenho um problema. Fique assim não. Meu pinto é do tamanho de um recém-nascido. Não sabia como lhe dizer até hoje. Os dois choram mas reforçam seus votos de amor eterno. Na lua de mel, no vai que vem, ela põe a mão por baixo da calça dele, apalpa e sai correndo desesperadamente do quarto. - Mentiroso, mentiroso, você mentiu para mim, não posso perdoar... - O que foi meu amor? - diz ele asustado. - Você mentiu, Rubão, só para não me deixar constrangida com meu defeito. -EU?? - Sim, você disse que tinha um pinto do tamanho de um recém-nascido. Mentiroso!!!! - E tenho amor.. da última vez que medi tinha 42 cm e pesava 3,2 kg.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Céu estrelado

Mulher fogosa e tarimbada. Homem tímido e reservado. De certa forma havia ali uma combinação. Primeira noite dos dois. Ela já não via a hora. Até que enfim, que cara devagar... Ele meio preocupado. Será que fui rápido demais? Na hora h, educadamente com a mão no interruptor da cabeceira ele pergunta. - Você prefere no claro ou no escuro? - De qualquer jeito meu filho, desde que eu veja estrelinhas!

Isso pega

Um dia desse sonhei com Vanusa. Mas não lembrei de nada no outro dia.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Recadinho

No trabalho. - Preciso deixar um recado aqui na mesa do chefe dizendo que vou atrasar uns 20 minutos no almoço. Colega na porta espera. – Hummm...O que escrevo? – Sei lá, escreve qualquer merda aí.
Chefe, devo atrasar 20 minutos após o almoço. Linda a foto do seu porta-retrato. Cláudio.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Uma imagem vale mais


Para exemplificar a máxima de que uma palavra vale mais do que mil palavras, a campanha criada pela DDB Brazil pro cliente Fedex Express. A peça levou Prata em Outdoor e Bronze em Press em Cannes 2010. Genial! Bem diferente de outras peças por aí que, por por falta de saberem o que escrever, colocam uma imagem alusiva e pronto, gerando um resultado final pobre e sem força de mensagem.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Ô, azar!

Podia ser o Zangado, podia ser o Feliz, podia ser o Atchim, podia ser até o Dengoso... mas porra, Branca de Neve foi nos deixar logo o Dunga? Tomara ao menos que essa história termine como um conto de fadas.

terça-feira, 27 de abril de 2010

A melhor dupla do mundo

Transmissão de Brasil X Itália, com Luiz Roberto, cópia falsificada de Galvão Bueno e Tande. - Sacou Giba, no viagem... Di Agostini, levantou Agneeello.. Luuuuuuuuuca... Ponto da Itália!! Uma paralela indefensável...que visão de jogo, hein, Tande? Incrível Luiz, vejam só (passando o replay)... o Agnello levantou na saída de rede, confundindo o bloqueio brasileiro... o Lucca tá demais nesse jogo, ele reparou o buraco no bloqueio triplo e bateu na paralela... incrível... não é à toa, Luiz, que o Lucca é considerado hoje o melhor atacante do mundo. - É isso aí, Tande, tá jogando demaaais o Lucca hoje. Sacou o Ferdinando...devagarzinho colocada... Serginho, Ricardinho, Andrééééé, sobrou rebote... Palluca, Agnelo, Luuuuuuca... largadinha..Serginho sensacional.... Ricardinho....Daaaaaaannte. Ponto brasileiro!!!! Que raly incrível, que defesa do Serginho, Tande... - Impressionante, Luiz, impressionante... o Serginho quanto mais eu vejo mais eu me impressiono... Vejam que o Lucca inteligentemente faz a largadinha e Serginho chega no mergulho com três dedos, já deixando a bola pronta pro Ricardinho, que solta rápido na ponta pro Dante sem bloqueio nenhum... Impressionante! Não é à toa, Luiz, que o Serginho hoje é considerado o melhor líbero do mundo! - É isso aí, Tande, o Serginho tá jogando demais hoje. E é ele que vai no saque.. sacou colocado, sem força... Conte, Agnello... Luuuuuca, bloqueio brasileiro!!! Sensacional o Rodrigão..... Sensacional!! O meio de rede brasileiro tá funcionando como nunca. Barrou o Lucca... é mais um ponto brasileiro, Tande. - É, Luiz, o Brasil vai abrindo vantagem jogando com inteligência... o Bernandinho treina muito essa jogada... o trio fechando no meio para a jogada rápida italiana... e o Rodrigão é expert nisso... reparem como ele sobe consciente e fecha a visão do Lucca... não é á toa, Luiz, que o Rodrigão hoje é considerado um dos melhores meios de rede do mundo! - É isso aí, Tande, o Rodrigão hoje tá realmente jogando muito... fechando tudo ali no meio. Sacou o Ricardinho... bola rápida no fundo... Degrasi.. Agnello.... Biaaaaaanchi.... Rodrigão... olha a sobra brasileira...Ricardinho na rede...velocidade... Giiiiiiba... Ponto brasileiro!!! Ponto brasileiro!!!! Que velocidade, que velocidade, Tande. - Demais Luiz, a velocidade é uma das armas da seleção brasileira. O Bernadinho treina muito essa jogada no meio. Essa bola é quase indefensável. O Ricardinho faz um jinga de corpo, passa o Rodrigão no corte e chega Giba dos três sem pena, batendo forte no fundo de quadra. E nessa bola, Luiz, o Giba é quase imbatível...um aproveitamento de 95% em toda a Liga... não é à toa, Luiz, que hoje Giba é considerado o maior atacante do mundo. - É isso aí, Tande.... o Giba hoje realmente tá botando tuuudo no chão. Mas peraí, Tande, o melhor atacante do mundo há pouco não era o Lucca??? - Hã??... Ah, sim, Luiz, com certeza...mas isso foi alguns minutos atrás... o vôlei hoje é muito dinâmico....

domingo, 25 de abril de 2010

Cumpade

Quarta-feira, 01h30 da madrugada. Depois de assistir a um jogo do Sport na casa da namorada junto a um casal de amigos, Lúcio é parado numa blitz. Dia de jogo é sempre dia de alegria dos guardas. O guarda manda encostar e vai andando bem devagarzinho em direção ao carro, com uma mão no cinto, cheio de moral, e para ao lado da porta do motorista. – Habilitação e documento do carro. Lúcio tira os dois documentos da carteira, depois de se atrapalhar um pouco tirando-a do bolso da calça jeans surrada. Entrega para o guarda, que encarando os olhos já pequenos e vermelhos do rapaz, dispara: - Desligue o motor, por favor. Lúcio percebe que não tinha desligado o carro e o faz seguindo as orientações da autoridade. O guarda vai para trás do carro, confere placa, volta para a posição ao lado da porta, olha para a foto, olha para Lúcio, olha para a foto... – Você bebeu? Lúcio percebe que o porte da blitz era pequeno, apenas com uma viatura e dois guardas mais adiante. – Essa blitz tem bafômetro? – Sim - responde o guarda. – Então não bebi. Guarda olha friamente para ele. - Por que então perguntou se tinha bafômetro? – Ué... pelo mesmo motivo que perguntou se eu bebi. O guarda pensa. – Perguntei se tinha bebido para saber se você tinha bebido. – Eu também... perguntei se tinha bafômetro para saber se eu tinha bebido. Guarda dá uma risadinha sem graça de lado e assobia o canto da boca como se limpasse os dentes. - Quer dizer então que se eu dissesse que não tinha bafômetro aí você diria que tinha bebido? Lúcio olha para frente percebendo um carro passando por ele e sendo parado mais na frente por outro guarda. Fez expressão de alívio. – Sim, mas na verdade só para brincar... sabia que o senhor não ia poder fazer nada para provar e acabar me liberando a contra-gosto. – Se dissesse que tinha bebido, meu rapaz, declaradamente, podia reter seu carro. – É, só que aí eu voltaria atrás e diria que foi brincadeira... mas que na verdade não tinha bebido. Pequeno riso no canto da boca. O guarda acha aquele papo todo muito estranho e o rapaz com um chato tom de sabido. – É, rapaz, mas aqui temos bafômetro e o senhor acaba de ser convidado para fazê-lo - dando um passo para trás. – Ah, muito obrigado, seu guarda, mas não quero não.. deixa para outro dia. – Vai se recusar?
– Para quê perder seu tempo, autoridade, se eu já avisei que não bebi, não confia em mim? – Não. Para isso existe o bafômetro - diz o guarda num tom mais áspero. – É verdade...justo, eu também não confio muito em guardas. Com um tom agora quase que mecânico: – Se recusar, é um direito que lhe assiste, mas serei obrigado a aplicar a multa, aprender a carteira e o carro. O carro só será liberado com um condutor que se habilite a fazer o teste e comprove estar apto para a condução. – Seu guarda, seja sincero, o senhor acha que eu bebi? – Claro, sua cara diz tudo, tenho experiência nisso rapaz... sei quando o condutor tomou uns copinhos.. os olhos vermelhos, os gestos.... – É sono, seu guarda. Trabalhei muito hoje e tava na casa da namorada vendo o jogo. Tô cansado. – Sei, sei... E aí, vai fazer ou não?
– Vamos fazer uma coisa... eu aposto com o senhor que vou ser liberado sem fazer o bafômetro. – Como é que é? Guarda surpreso. – Isso mesmo, aposto que o senhor me libera sem fazer o bafômetro. Passa novamente outro carro e o terceiro guarda manda encostar. Lúcio pensativo, complementa: – Não precisa apostar dinheiro não, apenas apostar por apostar. – E o que o faz pensar que eu deixaria você ir embora sem fazer o teste? – Intuição. Passa um Gol prata e pela ausência de guardas disponíveis na pista, diminui um pouco e continua. – Ok, eu aposto - diz o guarda confiante. Lúcio encosta a cabeça no banco. – Hummmm... Ok, o senhor venceu a aposta - abrindo a porta e saindo do carro. – Vamos logo fazer esse teste. – Você é maluco, rapaz?? - o guarda achando tudo aquilo muito estranho. – Não, seu guarda, maluco não... cumpade! – Como?? – Cumpade do motorista do Gol que acabou de passar por aqui, enquanto eu ganhava tempo e a gente conversava lorota. Eu sai poucos minutos na frente dele que com certeza não ia demorar muito. E ele sim, seu guarda, peeense... tomou tooodas. Guarda atônito. – Mas ok, vamos logo fazer esse teste porque tô morto de cansado, e quanto mais demorar, mais motoristas alcoolizados o senhor deixa passar, né? Enquanto Lúcio andava confiante em direção à viatura estacionada na calçada percebeu que o guarda ficou parado alguns metros atrás. – Pode ir embora, rapaz. Virou-se rapidamente em direção a um carro que chegava, deu um apito breve e gesticulou para encostar. Lúcio entra no carro com um sorriso na alma e segue tranquilo para casa.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Oxê.... dá não!

Dia desses, um homem com jeito meio matuto chegou no self service morto de fome, encheu o prato de feijão, arroz, batata e rabada, que tinha como uma das opções do dia. Salada ali passou longe. Saindo em direção para mesa, o atendente atrás do balcão próximo alertou: - Senhor, é no peso. Ele olhou pro rapaz com uma cara de “nada amigo” e voltou em direção à balança em frente ao atendente. – Aqui pesa é? Nesse momento cheguei para pesar meu prato, ficando atrás dele. – Sim, senhor, é no peso – reforçou o atendente ajudando o homem a posicionar o prato na balança. - Bebida, senhor? – Sim, uma Coca...normal! – Ok... – olhando o valor na balança e somando na calculadora o valor da bebida – Pronto, dá R$ 21,90. – Oxe, tá louco... com isso aí como um boi. O atendente para a caneta no momento em que escrevia o valor total no canhoto. – Senhor, foi o valor que deu o seu prato mais a sua Coca. - Mas lá fora no vidro fala que o selfiselvi é R$ 2,29, falando num tom já meio agressivo. – Sim, senhor R$ 2,29 100 g, o seu peso deu 850 g. – Oxe... dá não... dá não... põe aí 10 contos de comida.. Olhou para mim atrás dele como se quisesse minha aprovação depois retorna ao atendente: - Com a Coca, visse? Tentando tornar aquele momento mais tranqüilo, comentei: - É que rabada pesa muito, tem muito osso. Gostando da minha opinião, o homem se vira para o atendente: - É isso mesmo, pode tirar essa rabada daí que só tem osso... deixa o feijão, o arroi e a batata.. e se pesar muito pode tirar a batata. O atendente tira boa parte do prato, volta a pesar, tira, volta a pesar, tira de novo e volta a pesar. Depois de anotar, entrega o canhoto ao homem junto com o prato e a Coca. A comida não dava para alimentar um gato. O homem olha atentamente pro que ficou no prato e meio desolado anda para mesa, mas no caminho ainda olhou pra mim arriando o beiço inferior e levantando os ombros: - Não tava com fome mesmo.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Supersincero

Vivem dizendo que sou supersincero, apenas com um tom a mais na medida... mas peraí, tem horas que não dá. Um dia desses um provável cliente me chamou para conversar e trocar algumas ideias. A empresa trabalhava com um agência mas ele mesmo é quem ditava o que fazer ou não fazer. Botava o bedelho em tudo e se vangloriava por isso. Falou com entusiasmo da empresa dele, do trabalho da equipe, das conquistas, do histórico... Ouvindo, parecia realmente uma empresa legal de se trabalhar, motivo o qual até elogiei. Aí me pediu a opinião sobre a marca da empresa dele. - Uma merda. Sobre o estilo da comunicação que ele fazia, pois achava que não estava dando muito retorno: - Pudera, tá uma merda. Sobre a imagem da empresa no mercado, pois tinha dúvidas sobre como estava sendo percebido. – Do jeito óbvio em relação ao que é feito, uma merda. Cacete!! – ele já meio arretado comigo – Tá tudo uma merda aqui pra você? Não tem ideia nenhuma que preste aqui não? – Tem sim, me chamar aqui para começar a mudar essas merdas todas.

Feiúra sem calorias


Sem querer fazer apologia ao "importante é viver bem" e coisas do gênero, admito que é bonito mulheres em forma, de bem com o seu corpo. Não vejo problema em admitir isso. Além de prejudicial à saúde, peso excessivo, na minha opinião, desfigura a beleza do corpo feminino, suas curvas e design. Ao mesmo tempo, magreza excessiva causa o mesmo efeito, tornando a beleza feminina numa imagem cadavérica, sem vida, que está longe de ser sinônimo de elegância. Tem modelos que desfilam por aí que me dão pena... e creem estar no alto fino da moda. Desculpem o instinto animal, mas mulher tem que ter carne. Osso é para roer... Mas bem, diante de tantos apelos sobre o fato, achei genial os cartazes criados pela Ogilvy - Frankfurt para a ANAD, associação alemã que trata de problemas de desordem alimentar. Imagens de quadros da época renascentista, quando, inclusive, as mulheres daquela época sempre eram retratadas com umas gordurinhas a mais, em tons até angelicais. O antagonismo artístico diz tudo.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Na curva do Pina

Na Av. Boa Viagem, no sinal que antece a curva do pina, próximo às 8h. Os carros param esperando o sinal abrir. Ele com seu Palio 2002 olha para o lado e vê uma bonita mulher retocando a maquiagem no retrovisor. Ele sorri, com estusiasmo. Ela olha e sorri por educação. A grande maioria dos homens não sabem diferenciar os olhares das mulheres. Ele faz expressão de charme, arqueando as sobrancelhas. Ela olha novamente e faz expressão de graça, pela situação cômica. A grade maioria dos homens não sabem diferenciar as expressões das mulheres. O sinal abre e os carros partem. Ela segue normalmente. Ele segue tentando manter os carros emparelhados para continuar o contato. A curva chega e ele gira automaticamente o volante mantendo um olhar penetrante para a mulher do carro ao lado, não percebendo um trator parado na sua faixa da esquerda e colidindo violentamente. Estrondo alto, acidente feio... Todos os motoristas próximos param o carro para socorrer, inclusive a mulher do carro, que estaciona um pouco mais à frente e volta andando para ver o que pode ter acontecido com o pobre rapaz. Ao chegar, já tem um tumulto de pessoas próximo ao carro todo arrebentado, e surpreende-se ao ver o rapaz cambaleante vindo em sua direção, com vários cortes pelo corpo, muito sangue no rosto e sem os quatro dentes principais da frente. Com um sorriso oco, ele diz: - Quer comer uma pizza??

terça-feira, 13 de abril de 2010

Às vezes, é bem melhor ficar calado

Essa é velha mas lembrei um dia desses... No auge dos meus vinte anos conversava com um amigo mais velho e ele me contava sobre "causos" de marketing e fatos empresariais. Como ele já tinha uma certa experiência, tudo ali para mim parecia convincente e interesante. Em um determinado momento, a conversa teve como assunto os nomes das empresas e seus significados. Ele comentou exemplos, bons e ruins, e algumas empresas que tinham nomes e siglas que eram abreviações do nome dos donos ou de parentes. Entre outros, deu o exemplo da Romarri, loja tradicional de confecçção aqui do Recife, que seria a junção dos nomes dos filhos... Nem lembro bem mas creio que Romário, Maria e Ricardo... Calado já há algum tempo, e incomodado com isso, pensei em alguma coisa e danei-me a falar: -Como as pilhas Ray-O-Vac... li sobre isso um dia desses - mentindo. Estranhando, ele questionou, como qualquer pessoa de bom senso. Ray-O-Vac?? Continuei: É.. Raymundo... Orlando.... parei para pensar puxando rápido alguma coisa.... e Vacnaldo.