Trabalhei uma boa época com uma figura, no mínimo caricata. Tentava ser o que não era e ter o que não podia, acreditando que isso o faria pegar a "mulherada". Quer dizer, alguma mulher que seja, já que o que ele pegava mesmo era apenas contas para pagar, e o mais próximo que chegava de uma pessoa do sexo oposto era na fila do banco. Era office boy de carteira, mas Don Juan de sonho, por isso acreditava que uma camisa e uma calça de marca conquistavam as "nega". Começou a me pedir vale, adiantamento, empréstimo... e óbvio, chegou no momento que tive que parar com o fluxo e questionar a falta de controle. - Foi uma comprinha que fiz, aí me ferrei. - Mas que comprinha é essa, que você recebeu salário sexta e hoje já quer vale? - É que ontem venceu o cartão, e as "nega" tão foda! - Foda tá você, pedindo adiantamento todo mês. Acabou a festa! E que mal lhe pergunte, que compra foi essa que zerou seu salário? Ele deu um sorrisinho maroto de canto de boca, que deve ser alguma coisa interessante em São Lourenço. - Uma camisa da "Emeofice" e uma calça da "Zump". As "nega" ficam doidas com aquele raiozinho... - e riu crendo no que dizia. - Doido fico eu, Jeziel, quando você pede adiantamento. E vai pro raio que o parta com essa calça e camisa, que pelo visto é essa que você não tira faz dias, né? - falei vendo as ditas cujas. Ele riu de novo. - Virou farda da empresa? Ele riu mais uma vez, agora coçando o saco. - Tem lavado, pelo menos? - Sim, toda semana. Putz! Pensei enquanto respirava fundo. Enfim, não adiantei nada dessa vez e ele acabou se virando até o próximo mês, quando três dias após receber o salário veio me pedir um novo adiantamento. - Porra, Jeziel, de novo? - Preciso explicar. A "nega" me ferrou. - E vai continuar ferrado pelo jeito, pois não vou dar mais vale nenhum - adiantei. - Dá uma força, tô liso. - Mas você recebeu há três dias atrás, Jeziel!! - É, mais ontem a "nega" caiu na minha - com aquele sorrisinho que já estava me irritando. - É, então deve ser mesmo uma pessoa muuuito especial - comentei de forma irônica, a qual ele não entendeu. - Então..., tinha semanas que chegava junto e nada, mas aí ela marcou na praça ontem e logo vi que ela queria rock! - E você pelo jeito foi de farda - falei lembrando que ontem ele estava usando a camisa M. Oficcer e calça Zoomp, que já quase vinham para o trabalho sozinhas. - Então..., a nega se amarrou! - Quantas vezes você a viu até ontem? - Ah, sei lá... umas três, quatro. Por quê? - Ela se amarrou todas essas vezes? Afinal, você usa essa roupa quase todo dia. - Ah, sei lá... só sei que cheguei com jeitiiinho, no ouvido deeela... Porque quando esses caras quando contam vantagem fazem sempre esse tom melado? Puta que o pariu! Aí chamei pro motel, ela topou mas queria ir pro "Seichele". Aí eu encarei. - Também...rabo cheio de dinheiro, salário do mês no bolso, né?- eu dando corda. - Então..., fomo pro "Seichele", pedi um quarto com banheira, aí a "nega" se empolgou, e pediu "champanhe". - Champagne, Jeziel? - Eu disse a ela... não é melhor um choppinho e dois copos? Mas ela não tava nem aí, queria era luxo!! - sorrindo feliz de orelha a orelha. - Luxo, Jeziel? Alguém que quer luxo vai namorar contigo, homem? Ela quis é lhe fuder mesmo! Mas conta aí... - Então..., a "nega" valeu cada centavo mas na hora de pagar a conta acabou foi tudo. Pra pagar o táxi de volta ela ainda botou vinte. Aí fiquei liso - com a cara mais limpa do mundo.
Eu sentado na cadeira e ele em pé na minha frente encostado na parede. Olhei para ele pensativo enquanto mordia os lábios e acenava positivamente com a cabeça de forma bem lenta. - Entendo... quer dizer que o senhor vai raparigar com uma "nega" sem vergonha e sem o mínimo gosto, porque sair contigo deve ser pior do que ficar doente em casa, além de burra pra cacete, porque pra cair na tua cantada só alguém sem o mínimo juízo, gasta tua grana toda feito bozó e agora tá mais perdido que filho da puta no Dia dos País. E mesmo assim, acha que pode perder cinco minutos do meu tempo para pedir empréstimo ou salário do mês que vem adiantado? E isso para quê? Para provavelmente pegar outra "nega" que vai te enrolar de novo? - Juro que não, chefe, caio mais nessa, não - com aquele olhar carente como se eu fosse o chefe sem coração. - Sei, sei... - olhava duvidando para ele. - Juro, sou besta mais não! - Então quer dinheiro pra que, Jeziel? Passa esse mês na economia e no próximo você se recupera. Ele olha pra mim, com um olhar temeroso mas meio sacana, e comenta: - É que tá uma promoção no "Shopi" Recife e vi uma camisa massa da Emeoffice. Eu merecia!!
sub
Contos, observações e divagações sobre esse interessante mundo em que vivemos.
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
segunda-feira, 25 de julho de 2011
Bandeira 2
No silêncio da madrugada, pela janela da minha sala, consigo escutar a conversa de taxistas no ponto fixo aqui de frente ao edifício. Não peguei o enredo da discussão desde o início, mas há pouco, um gritou para o outro: - Mulher feia da porra... hahahahaha... tem vergonha não, é? O outro respondeu: - Vergonha é se tivesse comido sua irmã, aquela caveira. - Vaaaaai, fresco, minha irmã dá prum corno feito tu! - retrucou o primeiro. - E não deu não, foi? - Vaaaaaii... ela gosta tanto de boneca... E já entrando no seu carro mais à frente, o segundo comentou alto: - Da minha sem osso ela gostou!
Apertem os cintos, a manutenção sumiu!
Voo Natal-Recife qualquer dia desses pela Noar linhas aéreas:
Piloto Aguiar e Co-piloto Freitas conversam após 15 minutos da decolagem. - Comandante Aguiar, a força do motor 2 está só em 50%. - Ué... tudo isso? Tava em 40, então fizeram manutenção semana passada! - Retrasada, Comandante, semana passada o radar é que tava apresentando defeito. - Ah, tá! Por falar no radar, Freitas, liga logo ele aí que estou voando nas escuras. - Já liguei, Comandante, não pega. - Como não pega se você falou que a manutenção foi semana passada? - E foi... mas não consertaram. - De novo?? Mas qual foi a desculpa dessa vez? - Sei não, Comandante. Ouvi dizer que falta ainda chegar uma peça que tiraram de um avião lá no Ceará. - No Ceará?? E essa demora toda assim pra chegar? - É que também vem de Noar, Comandante, e o avião que ia trazer quebrou. - Ah, tá!- respondeu o Comandante com ar de entendimento. Após alguns minutos: - Freitas, lembrei agora, minha televisão velha da garagem funciona assim, dá um tapa aí no radar para ver se volta. Freitas começa a bater no radar. Um tapa e nada, dois e nada, três e nada.... daí começa a bater desesperadamente no radar que não dá sinal de vida. - E aí, alguma coisa? - Nada, Comandante... - Nada, nadinha? - Nada, Comandante... ops, quer dizer... - O que foi, algo novo? - Sim, Comandante, o motor 2... voltou para 40% de força. - Puta merda, assim fica difícil pousar essa banheira!! - O senhor que mandou eu bater com força, Comandante. - Bater no radar, Freitas, no radar!! - Mas bati no radar, Comandante, feito o senhor faz na TV da sua garagem. - Mas lá a imagem volta, Freitas! - já irritado. - É, mas aqui ela sai e não tem hora pra voltar, Comandante. Sabe como é!
Fazendo anotações na prancheta, Aguiar volta a falar com seu companheiro de bordo. - Freitas, pede um cafezinho pra gente relaxar, que a situação tá ficando feia. O co-piloto abre a porta da Cabine e dá um berro: - Adellááaaaaaideeee... dois cafeeeziiinhos, por favor! Assustado o Comandante fala grosso com seu colega: - Que é isso, Freitas, tá louco? A aeronave tá lotada. Usa o rádio interno!! - Tá quebrado, Comandante, desde semana passada. Tava usando esse aqui, ó... mostrando ao chefe o instrumento. - Um telefone sem fio de criança, de barbante e copinho de plástico? Que é isso, Freitas??? - Foi o que manutenção deixou temporariamente aqui, Comandante. Disseram que funcionava. - Puta que o pariu, isso é uma palhaçada! - e voltou a escrever no relatório de bordo. - Mas se ao menos tem essa merda aí, porque tá gritando pela porta, Freitas? - É que o rapaz novo da tripulação não sabia, Comandante, aí viu o barbante pelo chão e aproveitou para amarrar a porta da aeronave por dentro. Tava com defeito também e abrindo sozinha. - De novo??? - perguntou Aguiar indignado. - É, voltou o defeito, chamaram um chaveiro aí mas parece que não deu jeito não.
Nesse momento entra a aeromoça com dois copinhos de água na bandeja. - Boa tarde, senhores. - Adeláide, eu pedi dois cafezinhos, não duas águas. - Eu ouvi, Sr. Freitas, mas a cafeteira quebrou de novo. - Eu não acredito, de novo?? - Não, não, semana passada tava faltando café, mas a cafeteira tava boa. - Aaah, tá. - fala aliviado o co-piloto. - Tava quase achando que nada aqui funcionava.
Aguiar dá um gole grande no copo e fala pro colega enquanto devolve-o à bandeja enxugando a boca dos pingos d'água que caiu já pela inquietação. - Freitas, tá difícil pousar assim, pouca força no motor, sem radar... liga o rádio aí e pede à base a nossa localização. Freitas cumpre imediatamente, e logo se ouve: Te dei o sol, te dei o mar, pra ganhar seu coração, você é raio de saudade, meteoro da paixão... - Que porra é essa, Freitas?? - O rádio, Comandante. Disseram também que se não funcionasse pelo menos pegaria a FM. - Quero falar com a base, Freitas, muda de frequência aí. Freitas mexe no aparelho. Eu não sei parar de te olhar, eu não sei parar de te olhar... - Essa não, Freitas, quero é falar com a base. Alejandro, Alejandro, Ale- Alejandro, Ale-jandro... - COM A BASE, FREITAS - fala o comandante nervoso. - Mas estou tentando Comandante.... não vai. Pelo menos não é AM, né? - E como vou pousar essa jeringonça sem força no motor, sem radar e sem rádio?? - Não sei, Comandante, mas vai ver por isso é que perguntaram se a gente tinha muita experiência quando nos contrataram, né? Reclama mais uma vez na prancheta aí e seja o que Deus quiser!
O Comandante já suando na testa leva os olhos levemente pra cima abismado com tamanha demência, enquanto volta a prencher o relatório de bordo. - Freitas, tem caneta aí... essa tá falhando.
Nota: Conto com nomes fictícios e com a única itenção de criticar a negligência que causou muita dor a várias famílias. Meus sinceros pêsames a todos os envolvidos.
Piloto Aguiar e Co-piloto Freitas conversam após 15 minutos da decolagem. - Comandante Aguiar, a força do motor 2 está só em 50%. - Ué... tudo isso? Tava em 40, então fizeram manutenção semana passada! - Retrasada, Comandante, semana passada o radar é que tava apresentando defeito. - Ah, tá! Por falar no radar, Freitas, liga logo ele aí que estou voando nas escuras. - Já liguei, Comandante, não pega. - Como não pega se você falou que a manutenção foi semana passada? - E foi... mas não consertaram. - De novo?? Mas qual foi a desculpa dessa vez? - Sei não, Comandante. Ouvi dizer que falta ainda chegar uma peça que tiraram de um avião lá no Ceará. - No Ceará?? E essa demora toda assim pra chegar? - É que também vem de Noar, Comandante, e o avião que ia trazer quebrou. - Ah, tá!- respondeu o Comandante com ar de entendimento. Após alguns minutos: - Freitas, lembrei agora, minha televisão velha da garagem funciona assim, dá um tapa aí no radar para ver se volta. Freitas começa a bater no radar. Um tapa e nada, dois e nada, três e nada.... daí começa a bater desesperadamente no radar que não dá sinal de vida. - E aí, alguma coisa? - Nada, Comandante... - Nada, nadinha? - Nada, Comandante... ops, quer dizer... - O que foi, algo novo? - Sim, Comandante, o motor 2... voltou para 40% de força. - Puta merda, assim fica difícil pousar essa banheira!! - O senhor que mandou eu bater com força, Comandante. - Bater no radar, Freitas, no radar!! - Mas bati no radar, Comandante, feito o senhor faz na TV da sua garagem. - Mas lá a imagem volta, Freitas! - já irritado. - É, mas aqui ela sai e não tem hora pra voltar, Comandante. Sabe como é!
Fazendo anotações na prancheta, Aguiar volta a falar com seu companheiro de bordo. - Freitas, pede um cafezinho pra gente relaxar, que a situação tá ficando feia. O co-piloto abre a porta da Cabine e dá um berro: - Adellááaaaaaideeee... dois cafeeeziiinhos, por favor! Assustado o Comandante fala grosso com seu colega: - Que é isso, Freitas, tá louco? A aeronave tá lotada. Usa o rádio interno!! - Tá quebrado, Comandante, desde semana passada. Tava usando esse aqui, ó... mostrando ao chefe o instrumento. - Um telefone sem fio de criança, de barbante e copinho de plástico? Que é isso, Freitas??? - Foi o que manutenção deixou temporariamente aqui, Comandante. Disseram que funcionava. - Puta que o pariu, isso é uma palhaçada! - e voltou a escrever no relatório de bordo. - Mas se ao menos tem essa merda aí, porque tá gritando pela porta, Freitas? - É que o rapaz novo da tripulação não sabia, Comandante, aí viu o barbante pelo chão e aproveitou para amarrar a porta da aeronave por dentro. Tava com defeito também e abrindo sozinha. - De novo??? - perguntou Aguiar indignado. - É, voltou o defeito, chamaram um chaveiro aí mas parece que não deu jeito não.
Nesse momento entra a aeromoça com dois copinhos de água na bandeja. - Boa tarde, senhores. - Adeláide, eu pedi dois cafezinhos, não duas águas. - Eu ouvi, Sr. Freitas, mas a cafeteira quebrou de novo. - Eu não acredito, de novo?? - Não, não, semana passada tava faltando café, mas a cafeteira tava boa. - Aaah, tá. - fala aliviado o co-piloto. - Tava quase achando que nada aqui funcionava.
Aguiar dá um gole grande no copo e fala pro colega enquanto devolve-o à bandeja enxugando a boca dos pingos d'água que caiu já pela inquietação. - Freitas, tá difícil pousar assim, pouca força no motor, sem radar... liga o rádio aí e pede à base a nossa localização. Freitas cumpre imediatamente, e logo se ouve: Te dei o sol, te dei o mar, pra ganhar seu coração, você é raio de saudade, meteoro da paixão... - Que porra é essa, Freitas?? - O rádio, Comandante. Disseram também que se não funcionasse pelo menos pegaria a FM. - Quero falar com a base, Freitas, muda de frequência aí. Freitas mexe no aparelho. Eu não sei parar de te olhar, eu não sei parar de te olhar... - Essa não, Freitas, quero é falar com a base. Alejandro, Alejandro, Ale- Alejandro, Ale-jandro... - COM A BASE, FREITAS - fala o comandante nervoso. - Mas estou tentando Comandante.... não vai. Pelo menos não é AM, né? - E como vou pousar essa jeringonça sem força no motor, sem radar e sem rádio?? - Não sei, Comandante, mas vai ver por isso é que perguntaram se a gente tinha muita experiência quando nos contrataram, né? Reclama mais uma vez na prancheta aí e seja o que Deus quiser!
O Comandante já suando na testa leva os olhos levemente pra cima abismado com tamanha demência, enquanto volta a prencher o relatório de bordo. - Freitas, tem caneta aí... essa tá falhando.
Nota: Conto com nomes fictícios e com a única itenção de criticar a negligência que causou muita dor a várias famílias. Meus sinceros pêsames a todos os envolvidos.
quinta-feira, 21 de julho de 2011
Pomar dos Horrores
Sem querer ser preconceituoso, mas não é à toa que chamam o Shopping Guararapes de Shopping dos Horrores. É muita gente feia por metro quadrado. E podem olhar que é coisa exclusiva mesmo, você visita outros shoppings e não vê tanta tristeza na passarela. Se bem, que eu saiba, pelo menos não tem curiosos no banheiro querendo ver o seu pinto como no Boa Vista... mas isso é outro papo. Um dia desse fui no cinema do Guararapes e como cheguei cedo fui comer algo na Praça de Alimentação. Quando passeava escolhendo opções, vi uma mulher aperriada que gritava: JJJAAANNBBIIIEEEEEEEEEEEEEEEELE!!!! Quando me perguntava que língua ela estava falando, percebi uma menina de uns quatro anos correndo em sua direção. Vestidinho branco, sapatinho branco, cabelinho encaracolado de trancinha... acho que tinha vindo de alguma primeira comunhão. Aí que percebi, era o nome dela. Jambiele! Caramba, sem sacanagem, que mãe põe na filha o nome de Jambiele?? Se brincar, e bem próprio de quem teve essa ideia, aposto que o nome deve ter dois eles: Jambielle. Sabe como é... mais chique! Terá sido embriaguez ou desejo de jambo na gravidez? Bem, seja o que for, estava no lugar certo: o Shopping dos Horrores. Pior é achar isso bacana e dar sequência, nomeando o futuro irmãozinho de Abacleyton. Imagine daqui a uns anos você passeando no shopping e ouvindo: - AAABBBAAACLEEEEEYYYTTONNNNNNNN, pare com isso!!! Ou pior, imaginar mais tarde a mãe apartando a briga dos irmãos... - Jambiele, você tá roxa... o que aconteceu??? A menina toda descabelada e remelenta responde chorando: - Sei não, mãe...humpt, humpt... foi Abacleyton, ele tá verde de raiva comigo. Ou quem sabe mais tarde, na adolescência, ouvindo da primeira namoradinha séria: - Ô, Abacleyton, te acho tão maduro... Ou quem sabe aquela visita surpresa da família distante. - Meninos, venham conhecer seus priminhos, Mangnólia e Uvanílson! Bem, não importa que salada isso vai dar, nem é problema meu, mas, às vezes, passear no Guararapes lhe proporciona experiências chocantes e inesquecíveis. Curta esses momentos... sem medo.
terça-feira, 7 de junho de 2011
E foi asssim
Uma das coisas mais irritantes que existe é falar com alguém de língua presa. Me desculpe, amigo(a), se você tem, mas é! Ou se trata ou nem precisa me ligar. Luís Carlos do Raça Negra, Palocci, Vicentinho... não faço questão. Além de outras pessoas anônimas que conheci. Ô, agonia dos infernos. Desculpe a ignorância, mas se a língua é presa, por que não soltam esta porra?? A medicina ainda não avançou a este ponto? Basta um talhozinho e pronto, tudo novo, na perfeita dicção, paz e paciência... tudo certo para cantar, tagarelar, ler e orar em voz alta, discursar, palestrar e tudo mais que quiser fazer na mais alta viva voz. E essa minha irritação não é de hoje não. Já me ferrei uma vez com ela, por isso hoje me irrito mas respeito. Sou um cidadão consciente da língua presa. Puto!!!! Mas consciente. Uma vez, um professor ginasial meu de português (sim, de português) com esse detalhe oral interpelou a turma para um exercício que estava fazendo no quadro. - Nesssta oração, qual o sssujeito da frassse? Silêncio na turma. - Vamosss lá, turma, qual o sssujeito? Fiquei na dúvida se falava ou não, mas preferi deixar a turma se pronunciar. - Vamosss, gente. Pelo amor de Deusss. Quem é o sssujeito? Vamosss... se precccisar, vou passsar o dia aqui perguntando. Ops, então prontamente respondi: - Tal coisa, professor. - Hummmm, ele sssabe, é? - falou o professor num tom de ironia pela demora enquanto me olhava com aquela cara de quem tava chupando manga. - Sssei ssim.. e o sssenhor sssabe que fala asssim??? Risadagem na turma, eu pra fora da sala e a perseguição do professor comigo até o fim do ano. E tudo começou asssim.
sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
Tempos modernos
Nos tempos modernos, retirante solitário perguntou ao sábio monge: - Mestre, onde encontro a felicidade? Onde posso me descobrir? Onde estão as respostas para minhas dúvidas? - Em qualquer lugar filha da puta, mas sai da frente da televisão.
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